domingo, 28 de abril de 2013

Para pensar!

Li esta crônica em algum lugar, achei muito reflexiva e resolvi postar, muito legal!



Já fiz cosquinha na minha irmã só pra ela parar de chorar, já me queimei brincando com vela. Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto, já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo. Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista. Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.. Já passei trote por telefone. Já tomei banho de chuva e acabei me viciando. Já roubei beijo. Já confundi sentimentos. Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido. Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro, já me cortei fazendo a barba apressado, já chorei ouvindo música no ônibus. Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de esquecer. Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas, já subi em árvore pra roubar fruta, já caí da escada de bunda. Já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola, já chorei sentado no chão do banheiro, já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante. Já corri pra não deixar alguém chorando, já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já me joguei na piscina sem vontade de voltar, já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios, já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar. Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial. Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já apostei em correr descalço na rua, já gritei de felicidade, já roubei rosas num enorme jardim. Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um 'para sempre' pela metade. Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol, já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e
vir sem razão. Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração.
E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita:
'Qual sua experiência?' .
Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência ?. Será que ser 'plantador de sorrisos' é uma boa experiência? Não! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos!
Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta:

'Experiência? Quem a tem ? se a todo momento tudo se renova '

sexta-feira, 15 de março de 2013

Gerânios nas unhas





Outro dia entrei em uma loja de cosméticos e fiquei olhando a paleta de cores de esmaltes existente. São dezenas, a vendedora me informou que já passam de centenas.
Isso me fez lembrar os tempos de criança. Morávamos no sítio, e quando mudamos para  a cidade este contato com a natureza sempre foi muito presente.
Naquela época não existia paisagista como profissão, geralmente eram as donas de casa que faziam seus jardins trocando mudas de flores entre elas. Cada visita na casa da amiga lá vinha minha mãe ou minha avó com uma mudinha de flor.
Gerânios então?! No jardim da nossa casa existia gerânios de todas as cores que a natureza nos ofertava: Branco, laranja, rosa, salmão, vermelho, pink, tinha algumas cores que eram mescladas o que os tornavam mais lindos.
Eu viajava naquele jardim. Esmalte nas unhas era permitido apenas para moças adultas, criança só admirava. Eu sempre fui criativa e lembro que pegava aquela florzinha de gerânio despetalava e cortava a base da pétala e transformava em uma unha postiça e cobria as minhas unhas.
Ah! Realizava-me! Que unhas lindas!
Cores que nem imaginava que um dia estaria dentro de um vidro de esmalte.
As mãos branquinhas realçavam ainda mais com os gerânios pink, laranja e vermelhos.
A simplicidade é uma virtude que irradia a felicidade,  e naquele momento da minha vida a natureza era o palco para minha alegria.
A sensação de liberdade que fluía de dentro, aquela vontade  de sair voando como um anjo que brinca num jardim encantado , as brincadeiras de esconde-esconde entre os pés de dália, rosas, capitães, margaridas e é claro os gerânios.
Maravilhosa a infância e aqueles que podem recorda-la!
Viva os esmaltes coloridos! Viva os gerânios!






quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Diário de uma Gata!

-Nina-
Sempre tivemos animais em minha casa, cachorros, gatos e pássaros. Quando as crianças eram menores dava para ter tudo, sempre tinha gente em casa, eles não ficavam só. Hoje com a correria da vida temos apenas dois gatos (Nina e Zóio). Gosto muito deles e sempre os observo e imagino como seria se eles pudessem falar, então resolvi escrever esta crônica, baseada no comportamento da minha gata, a Nina. Os seres humanos sempre imaginam o que se passa na cabeça dos bichos, haja vista os filmes, livros, contos infantis que dão voz aos animais, numa desenfreada curiosidade e imaginação, criando o que passa pelas suas cabecinhas, e eu não sou diferente, tenho a minha imaginação.Então vamos lá!

  Diário de uma gata


Moro em uma casa tranquila, não tem luxo, mas temos camas limpinhas e fofinhas, boa comida e muito carinho. A dona da casa eu a considero uma mãe, sempre me agrada e quando tive meus filhos ela sempre me amparou, preparava os ninhos bem quentinhos para eu poder ter meus filhotes, e me dava uma assistência quando chegava a hora do parto, acredito que era porque ela também passara por isso. Também moram os seus três filhos, cada qual com suas peculiaridades, mas todos gostam de nós. Digo nós porque além de mim, meu filho mais novo que ficou da última cria que pari. A família que nos abriga o chama de Zóio, é porque quando ele era pequeno, tinha olhos grandes, que são da cor dos meus, apesar dele ser bem diferente de mim, acho que ele puxou ao pai, nas características físicas e comportamentais, cabeçudo e não muito limpinho. Digo isso porque já se meteu em várias confusões e volta sempre arranhado e muito sujo,deve ser coisa da juventude. Eu não, sou do tipo "fresca", olho as pessoas sempre desconfiada, e só me aproximo com confiança, sempre limpa e impecável pois durmo na cama da mãe, e ela é chata também. Meu filho prefere dormir com um membro da família, que tem mais ou menos o perfil dele, mas se respeitam muito e se amam também. Ele não pode receber o pagamento do seu trabalho que enche a geladeira de guloseimas que nós gatos adoramos, por isso recebemos sempre ele na porta quando ele chega, principalmente meu filho, é muito interesseiro. Outro membro da família gosta muito de gatos, mas não permite que adentremos em seu aposento, tenho muita curiosidade para ver o que tem lá dentro, as vezes fico espiando da porta, e até já entrei para dar uma espiadinha com a anuência da mãe, sem que ele saiba, é claro. Acho que ele não gosta de pelos. Mas ainda tem o outro membro da família, que tem os olhos azuis como o meu. Ele passa o dia todo na frente do computador trabalhando, as vezes passo por cima do teclado para chamar sua atenção, ele pacientemente espera eu passar, mas continua seu trabalho. Ele gosta muito de mim, até comprou um cachorro que late e tem os olhos brilhantes que dá uns pulinhos, no início achei estranho, mas hoje me acostumei e até brinco com ele, o problema é que eu não sinto tanta disposição assim, já tenho quase dez anos na idade dos humanos, prefiro mesmo é dormir. E por falar em dormir estou sentindo um soninho...estou vendo uma roupa passadinha em cima da cama, ela deve estar quentinha e com esta chuvinha...adoro roupa em cima da cama, me ajeito nela e durmo, durmo...
                                                                    -Zóio-

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A engenhoca!


Sempre gostei de moda. Desde muito cedo aprendi com minha mãe a lidar com a máquina de costura e trabalhar com os retalhos fabricando roupas de bonecas.
Hoje bem crescida, (risos), olho para aquela máquina de costura que mais parece uma engenhoca e ponho a pensar sobre ela.
Outro dia mostrei para meu filho como nada nela é exato, você coloca a agulha e vai "ajeitando" o local que ela te oferece o melhor ponto, tudo tem que ser bem lubrificado e limpo, senão engasga e não funciona.
Mas, a lição de tudo isso e que me remete ao passado, é que minha mãe era uma costureira admirável, aquela que costurava até um terno. Teve que estudar dois anos para chegar a esse nível.
Acredito que era uma "faculdade" de moda e qualificação profissional de primeira, tal o rigor e a perfeição dos trabalhos.
Hoje eu fico a pensar: como conseguir um trabalho bem acabado costurando numa "engenhoca" daquelas? Era disciplina demais!!
Hoje temos as máquinas de costura que funcionam com um computador, lá você borda, faz trabalhos incríveis apenas programando, que facilidade. Viva a tecnologia!! Queria que minha mãe estivesse aqui para ver tudo isso, acredito que iria pensar quanto tempo ela perdeu, fazendo uma casinha de botão à mão, e lógico, tinha que sair perfeita.
Mas tudo tem seu curso, nossa vida é assim, vivemos momentos em que podemos praticar muitas coisas ao mesmo tempo, e com isso desfrutar mais o nosso momento.
Mas que é legal em tudo isso é ter vivido pra ver a engenhoca costurar belíssimos trajes e saber que daqui a pouco termos recursos para passar férias em outro planeta, porque a terra ficou pequena demais!! Hahahaha!
Viva o homem e sua inteligência brilhante, capaz de ultrapassar todos os limites que esta própria inteligência imagina...